Fora

Algumas vezes a realidade do diaadia, tão cristalizada e homogênea, se dissolve.
Tal qual um diagrama deleuziano, o fora se mistura e cria uma nova forma, novos contornos ao tempo da vida.
A criação de um novo, não somente novo contrariando Schopenhauer, mas uma amalgama do vivido com o que se apresenta no estalo do momento.
É bom recuperar, inventar outro tempo. Em outra cidade, com velhos amigos.
Um novo-antigo Eu.
Abraços...
E ASSIM EM NÍNIVE (1908-10, de Ezra Pound)
"Sim! Sou um poeta e sobre minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.
"Veja! não cabe a mim Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Nínive já observei
Mais de um cantor passar e ir habitar
O horto sombrio onde ninguém perturba
Seu sono ou canto. E mais de um cantou suas canções
Com mais arte e mais alma do que eu;
E mais de um agora sobrepassa
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu sou poeta e sobre minha tumba
Todos os homens hão de espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.
"Não é, Raana, que eu soe mais alto
Ou mais doce que os outros.
É que eu Sou um Poeta, e bebo vida
Como os homens menores bebem vinho."
(tradução de Augusto de Campos)
2 Comments:
Pois que se brinde então...
Bom revê-lo.
Abraço.
Rapaz...
não há outra palavra senão AMIZADE!!
e no mais dread é o caramba!
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