quinta-feira, fevereiro 23, 2006

No quarto...


No quarto, a cama na parede direita e quatro quadros se exibem à sua esquerda. Cabeceira encostada próxima à janela de vidros esverdeados (mais dois quadros: um de cada lado) – entreaberta para não impedir o ar e o pouco de sol. Duas cadeiras: uma para a visita e a outra, ao lado da cama, talvez para alguém que queira zelar o sono do adormecido. A colcha vermelha jogada no chão e não recolhida ao frio da noite; o desejo de ter uma mulher deitada ao lado de seu sono suspirando outros sonos. Pela manhã, sentado, a coluna torta e rosto amassado, lembrando da noite e o quanto ela pode representar para o dia que se inicia. Sem compromisso, abre um sorriso com a dança que lhe veio à mente e olha para os pés que giraram bastante na ocasião. Levanta e vai à janela...
Que ar possui o quarto de um artista? O ar das cores fortes? O da loucura iminente? Ou o da angústia presente?

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

ar de liberdade talvez...

7:33 PM  
Blogger Felipe said...

"Que ar possui o quarto de um artista? O ar das cores fortes? O da loucura iminente? Ou o da angústia presente?"
creio eu q a angústia de ter a própria vida mergulhada no hibridismo de sentir, sofrer, respirar, sentir, sofrer, suspirar, sentir, sofrer, ofegar indefinitivamente... até um dia sentir, sofrer e, enfim, expirar...

um abração, meu caro!
nos vemos pela vida!

11:51 AM  

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