domingo, julho 31, 2005

Eu odeio samba. Não me sinto herdeiro das velhas guarda, não sinto meu corpo ser movido pelos vibrantes agudos do cavaco. Ao contrario da literatura, que para mim, não serve para nada, estando nisso sua grande força, o carnaval tem como função a alegria. Eu me reservo o direito de não me alegrar. Pessoas como eu são atropeladas pela alegria e até quando eu exijo cantarolando que tirem o sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor, ainda assim, não sinto a tristeza de Cartola, de Paulinho da Viola. Eu sou um desritimado, um deslocado, chapéu nenhum me caberia, um terno branco me engordaria, o jogo de cintura seria risível e da vergonha ao bom senso.