a importância das coisas não ditas. (1)
não dizer é uma arte quase perdida.
tornada arma de desconforto e medo, ainda maior na modernidade espetaculosa*... não por pouco, afinal o silêncio é pintado como morte.
mas
não dizer tem um peso que pode ser infinitamente maior que o dito,
mas não dizer é, acredito, mais complicado que dizer... assim como se fala e não diz nada, não falar e dizer é algo muito mais complicado. uma arte que vai se perdendo.
-assim como a arquitetura não é apenas o construído, mas o vazio que se encerra,
ou não-
a construção de um momento em silêncio é quase sempre poético, um caldo imaterial de sentimento e sinceridade(?) que é expurgado do não dito. algo realmente difícil de se sair ileso... o problema da falta de silêncio seria o medo de não se manter invulnerável? mas essa invulnerabilidade não seria uma característica da morte? talvez até maior que o silêncio... e ainda: a futilidade do que se diz não é o verdadeiro e mais venenoso dos silêncios?
-se enche de uma verborragia fecal os espaços do silêncio... há o medo do que se pode dizer com o vazio de som, indubitavelmente-
.
.
.
aos que não se amedrontam, deixo a provocação de se construir um pouco de silêncio no dia-a-dia.
* a modernidade me parece uma centena de milhares de buzinas e alto falantes, gritando, se contorcendo e distorcendo em invisíveis, infatigáveis e infindáveis ondas sonoras - uma competição (não só mas também) sonora-. O tempo antes disso me traz sempre a imagem de uma equalização mais harmônica entre som e não-som.
tornada arma de desconforto e medo, ainda maior na modernidade espetaculosa*... não por pouco, afinal o silêncio é pintado como morte.
mas
não dizer tem um peso que pode ser infinitamente maior que o dito,
mas não dizer é, acredito, mais complicado que dizer... assim como se fala e não diz nada, não falar e dizer é algo muito mais complicado. uma arte que vai se perdendo.
-assim como a arquitetura não é apenas o construído, mas o vazio que se encerra,
ou não-
a construção de um momento em silêncio é quase sempre poético, um caldo imaterial de sentimento e sinceridade(?) que é expurgado do não dito. algo realmente difícil de se sair ileso... o problema da falta de silêncio seria o medo de não se manter invulnerável? mas essa invulnerabilidade não seria uma característica da morte? talvez até maior que o silêncio... e ainda: a futilidade do que se diz não é o verdadeiro e mais venenoso dos silêncios?
-se enche de uma verborragia fecal os espaços do silêncio... há o medo do que se pode dizer com o vazio de som, indubitavelmente-
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aos que não se amedrontam, deixo a provocação de se construir um pouco de silêncio no dia-a-dia.
* a modernidade me parece uma centena de milhares de buzinas e alto falantes, gritando, se contorcendo e distorcendo em invisíveis, infatigáveis e infindáveis ondas sonoras - uma competição (não só mas também) sonora-. O tempo antes disso me traz sempre a imagem de uma equalização mais harmônica entre som e não-som.
1 Comments:
Bom tema esse do silêncio, cara. Deu até vontade de brincar com o som que "silêncio" tem - parece meio silêncio mesmo, né? Grudamos muito bem as palavras nas coisas e parece que a palavra aqui se conjugou definitivamente com a sonoridade e seu significado (os mais variados: paz, céu, morte, tensão, sono, biblioteca, não-dito...)
Abraço
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