quarta-feira, setembro 27, 2006

Eu realmente não li Ulisses


, mas [... Mefistófeles Cardoso João Pedro Mendonça Luíza de Souza Johann Sebastian Claudel Cândido Portinari Luís Inácio Lula da Silva Silvio de todos os Santos Antônio Christus Maria Aparecida Clarice Lispector Sebastião Junqueira Jazadi Luíza José Daniela Bonifácio os D. Pedros e seus gigantescos nomes Florisbela Mickey Arthur Mouse os Jetsons os Flinstones Rockfeller Tancredo Aragonés Neves Enéas Maria Rita Beatles Elvis Bach Presley Fábio Júnior Chitãozinho e Mendonça Xororó Ozama Gerge Afanásio (W.) Bush Afeganistão Filipinas Oceano Ruth Atlântico Zorro Clark Kent Bruce Albuquerque Wayne Peter Parker Erundina Cézanne Red Hot Camille Chilli Peppers Justine Schopenhauer Dartagnan Suzy Vega Guile Fátima Bernardes Cicarelli Umberto Eco Hilda Hilst Gabriela Jorge Amado Ulisses Guimarães...], afinal, what's in a name?

domingo, setembro 24, 2006

VOYEUR Pombas!


história verídica e nem um pouco baseada no caso Cicarelli/Paparazzi

.acordo e cambaleando no caminho do banheiro -pra dar aquela boa mijadinha matinal-...
!!!!!!!
OPA!

me deparo com aquela sensação de filme de terror, aquela de que “tem algo me observando”.
O vestígio do sono quase se dissipou por completo.
Pombas! Pomba!
Olhando pra mim e cantando “I've got you under my skin” uma pomba. Altiva, séria -apesar do estigma de rato voador-, estava lá como um militar na posição de “SENTIDO!”.
Ok... ela(e) – a(o) pomba(o)- não estava cantando Sinatra. Era o próprio “Olhos Azuis” psicografado no som do vizinho.
De Qualquer Forma...
Lá estava o bicho me olhando. Pousado e pousando pra mim.
Antes que eu a ameaçasse com um processo judicial ela voou. Mas ficou a foto, comprovação do voyeurismo de que são capazes as aves.

...
Don't you know blue-eyes

You never can win
Use your mentality
Wake up to reality

But each time I do
Just the thought of you
Makes me stop before I begin

'cause I've got you under my skin

quinta-feira, setembro 21, 2006

get to nowhere


alguns anos atrás minha yashika e meus amados cachimbos foram tragicamente afastados de mim por um flanelinha esperto demais e uma porta de carro destrancada. (Êta ressentimento Fudido!! hehe!)
mas depois de um bom tempo, finalmente, assim que deu... consegui arrumar uma nova câmera.
Azar o de vocês: http://gettonowhere.blogspot.com/

"Prefiro o desespero à auto-ajuda"


Meus caros, transcrevo aqui um pequeno texto que me foi passado. Dou-lhe a voz de um post pelo simples fato de achar que ele tem algo a dizer e... viva o desespero!!!
NOEMI JAFFE
ESPECIAL PARA A FOLHA
Um dos versos mais longos e interessantes da literatura brasileira está no poema "Nova Poética", escrito por Manuel Bandeira: "Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama: é a vida".
É a vida, e, sem dúvida, é também uma das funções da poesia: ser como a nódoa no brim e fazer o "leitor satisfeito de si dar o desespero".
Mas é exatamente o contrário do que fazem algumas das principais estrelas lançadas na Bienal do Livro, como "100 Coisas para Fazer antes de Morrer", "O que as Mulheres Querem", "A Paz É o Caminho", "Só Depende de Você" ou "Jesus, o Maior Psicólogo que já Existiu", os chamados livros de auto-ajuda.Minha fantasia é a de que, da mesma forma que os fornos autolimpantes, teclas "turbolimpeza" e freezers "gela-certo", esses livros agem durante a noite, enquanto estamos dormindo, saem das prateleiras e, munidos de aspiradores e vaporizadores, limpam nosso espírito, corrigem nossas falhas e nos fazem despertar limpos, satisfeitos e capazes para enfrentarmos todas as dificuldades da vida.
Faz-se uma apropriação rápida, rasa e indevida de princípios filosóficos que demoraram séculos para ser construídos, que exigiram e continuam a exigir embates emocionais e intelectuais complexos e aquilo se transforma magicamente numa espécie de pequeno exército de palavras de ordem: "busquem mais a sabedoria do que o conhecimento"; "humildade não é passividade"; "pare de ser seu pior inimigo: admita seu sucesso"; "só existe o aqui e o agora". Listas de tópicos-soldados nos ditando como agir, o que fazer, como lidar, como vencer.
Mas e a sujeira? E o erro? E meu desejo, às vezes incontornável, de perder? A satisfação que os livros de auto-ajuda e, como eles, tantos outros "bens" de consumo oferecem, é sinônimo de saciedade, preenchimento, quando, na verdade, o vazio e a dúvida podem ser muito mais inspiradores. Mas o incômodo já está previsto. Admita-o, ele também faz parte de você. Pronto, até a sujeira é limpinha e já foi levada em consideração pelo conselho máximo dos autores de auto-ajuda, que ficam no alto de um mirante gigantesco, aparelhados de grandes vassouras, espanando meus medos e dizendo que eles são normais.
Ao invés do desespero, que, segundo Bandeira, deve ser o combustível da arte e do pensamento, os livros de auto-ajuda anunciam a oferta ilimitada de esperança, esse falso bem que, como já dizia Espinosa, busca a satisfação fora de si e é o melhor companheiro do medo. A faxina do medo pela esperança é só uma maneira de revigorá-lo, como se a esperança fosse uma patroa brava maltratando constantemente a criada-medo com a única finalidade de protegê-la para que ela fique cada vez mais gorda e os livros de auto-ajuda vendam cada vez mais. Prefiro o desespero.
Noemi Jaffe é autora de "Folha Explica Macunaíma" (Publifolha) e "Todas as Coisas Pequenas" (ed. Hedra)
A foto da capa de "Livro do Desassossego" é para ilustrar um pouco essa preferência que, quiçá, perpassa outros caminhos indicados pelo que vem sido escrito aqui. Lendo e relendo, a música que me veio à cabeça foi "O vencedor", Los Hermanos.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Crossroads

Em noites de lua cheia músicos de blues em busca de dinheiro e reconhecimento iam sozinhos até uma encruzilhada fora da cidade. Pouco antes da meia noite eles puxavam seus violões ou gaitas e começavam a tocar uma música. Então um homem muito bem vestido, de terno e chapéu, surgia e se juntava tocando e cantando a melodia que já não era mesma. Era assim que se fazia o pacto com o diabo, assim os homens vendiam a alma em troca de sucesso com o blues.

Além de toda mística e religiosidade, sem descrenças (Yo no creo en brujas pero que las hay... las hay) surge a cada dia novas encruzilhadas, e algo deve ser deixado pra trás em troca de algo novo. A mediocridade, inclusive, pode ser deixada pra trás em troca de alma-vida. Bem como a alma-vida pode ser substituída pela imobilidade de uma “vida sem sentido”(o sentido da vida, se há um, já é outra história).

Encruzilhadas

Todo dia é dia de lua cheia, toda hora é uma hora perto da meia noite. O diabo está do nosso lado, esperando já impaciente pra acompanhar a melodia. E então? Que música tocaremos? O que deixaremos e o que aspiramos?

Que música tocaremos?

imagem: Robert Crumb

segunda-feira, setembro 04, 2006

(In)Significâncias?


lindo livro lido
a cor ator a dor
o sono o como outono
ater(-se) a ter (se...) a ler(-se)(se...)

Qual a significância da cor no seu livro? Que correspondência há entre a capa e o escrito? O vão e o tom entre as linhas o que têm com isso???