No chão

Dia de jogo do Brasil é um evento, no mínimo, interessante. É, "no mínimo". Saio pelas ruas do centro de Belo Horizonte e, às 07:20 da manhã, já ouço ao longe o hino nacional. Caminhando um pouco mais, percebo que o hino saía de um rádio com-as-caixas-estourando que o dono de uma banca de jornal havia ligado para chamar a atenção dos compradores-em-potencial de camisetas, cornetinhas e afins - por falar em cornetinhas, às vezes penso em torcer contra o Brasil só para que seus tocadores não exerçam mais sua função de incomodar os outros, mas...
É engraçado como vou passando por essas coisas e fico sorrindo. Engraçado mesmo porque dá para perceber uma beleza nisso... O quanto é investido na época da copa para que, como bem chamou a atenção meu amigo Sérgio, as pessoas fiquem só com ela (ou só nela) já não é mais novidade. Sendo assim, fica-se nela realmente. Despreendimento do povo? "Pelo menos alguma coisa nos faz feliz"? Pouca importância dada para discussões políticas? Seria a tal "alienação"? Pode ser isso tudo... Pode ser também só o aspecto lúdico que parece se engrandecer no futebol? Vai saber...
Na verdade, não sei em que ponto quero chegar com esse post... nem se quero chegar a algum lugar... Talvez o fato circunde o como fazemos para nos mantermos no "chão". (Hã?) A bola-de-encher precisa de uma cordinha, a pipa também - por mais que elas se queiram livres dessas cordinhas algo acontece para que elas permaneçam "no chão", perto de nós. O futebol seria uma cordinha?
Que cordinha é essa de que a pipa precisa? Afinal, ela precisa?
Obs.1: De antemão, concordo com Guilherme: está hermético. Por quê? Sei lá... Disse recentemente algo que sempre disse, meu desejo infantil mais poético foi o de querer ser um empinador de pipa profissional. O empinador ou a pipa? Bom, a pipa... sentir o vento... ficar longe do chão. Interessante: ainda assim, nunca me senti tão "no chão" como agora, justo quando não quero estar tanto "no chão".
Obs.2: O que um papo de jogo de futebol não faz? (...rs.)
7 Comments:
Tive o feliz contato com um poema do Nietzsche recentemente, muito bom mesmo: "Só louco! Só poeta!". Vale a pena....
No caso desse post, de longe, fico apenas na primeira parte disso q escrevi... (d'isso???)
Correção (para não ficar tão louco assim...rs. "fico apenas na primeira parte do título nisso q escrevi..."
é Ludwig, meu caro camarada...
façamos pensamento positivo para que um belo dia a corda finalmente, de tão desgastada, arrebente...
e ai quem sabe...
abraços e saudade das terras de belorizontinas!!
não é preciso chegar a ponto algum...
só sei que ontem eu senti um pouco da mesma melancolia de véspera de natal ou de ano novo: todo mundo indo embora pra se preparar pra coisa começar, e a sensação de que não haveria o que fazer além da coisa a ser feita - nesse caso, assistir ao jogo. e, então, o jogo começou e, de repente, tudo estava cheio de gente e o frio passou. simples assim. divertido até. (apesar de o jogo ter sido péssimo... hehe)
E eu nem assisti ao jogo.
Fiz questão de não ver. :P
Mas, gosto da idéia de ver você como empinador de pipa profissional.
Aliás, gostaria de ver você, um dia, como uma pipa.
Voando, voando, voando!
Beijos.
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