Sileno

"Não te afastes daqui sem primeito ouvir o que a sabeodira popular dos gregos tem a contar sobre essa mesma vida que se estende diante de ti com tão inexplicável serenojovialidade. Reza a antiga lenda que o rei Midas perseguiu na floresta, durante longo tempo, sem conseguir capturá-lo, o sábio Sileno, o companheiro de Dionísio. Quando, por fim, ele veio a cair em suas mãos, perguntou-lhe o rei qual dentre as coisas era a melhor e a mais preferível para o homem. Obstinado e imóvel, o demônio calava-se; até que, forçado pelo rei prorrompeu finalmente, por entre um riso amarelo, nestas palavras: - Estirpe miserável e efêmera, filhos do acaso e do tormento! Por que me obrigas a dizer-te o que seria para ti mais salutar não ouvir? O melhor de tudo é para ti inteiramente inatingível: não ter nascido, não ser, nada ser. Depois disso, porém, o melhor para ti é logo morrer".
In: NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. Tradução, notas e posfácio de J. Guinsburg.
Escultura: Sileno con il piccolo Dioniso.
5 Comments:
Retruco com um pouquinho de poesia.
(e, antes disso, vou dizer o que já sabe: amo Nietzsche).
E a morte perderá o seu domínio.
Não hão-de gritar mais as gaivotas aos seus ouvidos
nem as vagas romper tumultuosamente nas praias;
onde se abriu uma flor não poderá nenhuma flor
erguer a sua corda em direcção à força das chuvas;
ainda que estejam mortas e loucas, hão-de descer
como pregos as suas cabeças pelas margaridas;
é no sol que irrompem até que o sol se extinga,
e a morte perderá o seu domínio.
Dylan Thomas
é...é melhor não...
talvez seja melhor mesmo, mas já que ja é, sejamos o melhor que possamos ser, ou deixar de ser...
bonito isso..
beijo.
É...caminho também por aí, mas sempre penso nas possibilidades do encontro do sentido. Difícil, mas precisamos encontrá-lo...
Abraço
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