No quarto...

No quarto, a cama na parede direita e quatro quadros se exibem à sua esquerda. Cabeceira encostada próxima à janela de vidros esverdeados (mais dois quadros: um de cada lado) – entreaberta para não impedir o ar e o pouco de sol. Duas cadeiras: uma para a visita e a outra, ao lado da cama, talvez para alguém que queira zelar o sono do adormecido. A colcha vermelha jogada no chão e não recolhida ao frio da noite; o desejo de ter uma mulher deitada ao lado de seu sono suspirando outros sonos. Pela manhã, sentado, a coluna torta e rosto amassado, lembrando da noite e o quanto ela pode representar para o dia que se inicia. Sem compromisso, abre um sorriso com a dança que lhe veio à mente e olha para os pés que giraram bastante na ocasião. Levanta e vai à janela...
Que ar possui o quarto de um artista? O ar das cores fortes? O da loucura iminente? Ou o da angústia presente?
Que ar possui o quarto de um artista? O ar das cores fortes? O da loucura iminente? Ou o da angústia presente?