domingo, outubro 29, 2006
sexta-feira, outubro 27, 2006
domingo, outubro 22, 2006
Old Downtown

Henri Lefebvre fala que não existe uma “sociedade urbana” que isso só poderia nascer de uma urbanização que é hoje virtual, e ainda porque a sociedade que vivemos não é outra senão advinda da industrialização-nossas relações sociais são na verdade relações de produção-.
Nasci na ladeira do São Bento, e mesmo quando minha família veio pra pop-plastificada-histérica Praia do Canto ainda ia muito passear no Centro. Adorava e adoro as lojinhas, os bares, as ruelas, a bagunça, os prédios modernistas retões, as praças, as igrejas, os teatros, as pessoas, os movimentos as misturas...
...é claro que o Centro não é mais que uma linha flexível onde se encontra um devir resistência ao fetichismo mercadológico, e não uma linha de fuga. Como não podia deixar de ser: o “Mercado” é que une as relações sociais.
Mas isso, esse devir, me faz amar esse lugar... essa realidade de pequenas-grandes coisas... dos segredos escondidos nas pedras portuguesas das ruas antigas e tortuosas... O porto e seus misteriosos navios gigantes...
Viva e viva o centro!
Lócus fotográfico: Chez Nandinha
terça-feira, outubro 10, 2006
Senti falta de um samba

É verdade. Senti falta de um samba no nosso blog, mesmo percebendo um certo sambês presente no que se escreve por aqui. Senti falta de um pouco de cerveja e de amigos cantando juntos o que poucos conseguiram escrever... Tinha que ser um senhor que trabalhava como auxiliar de pedreiro, só estudou até a segunda série primária e teve uma filha que se entregou à prostituição para dizer alguns dos pontos mais profundos do nosso cotidiano... Fico pensando na força (essa é a primeira palavra que me vem) presente nesse pessoal para subverter e fazer um mundo sambar... Já imaginei um clip para essa música. O que posso adiantar é que o personagem anda, mas anda demais. Pára numa esquina, acende um cigarro, entra num bar e não abaixa a cabeça nem para ultrapassar o degrau da entrada... Abaixar a cabeça é se esquivar do que ele sabe que vai encontrar pela frente: ele não tem escolha...
Preciso me encontrar (Cartola)
Deixe-me ir, preciso andar / Vou por aí a procurar / Rir pra não chorar / Quero assistir ao sol nascer / Ver as águas dos rios correr / Ouvir os pássaros cantar / Eu quero nascer, quero viver / Deixe-me ir, preciso andar / Vou por aí a procurar / Rir pra não chorar / Se alguém por mim perguntar / Diga que eu só vou voltar / Depois que eu me encontrar...
Foto: o próprio.