quarta-feira, maio 31, 2006
domingo, maio 21, 2006
... de quê?...

Esperou, olhou para o relógio e já estava amanhecendo... O sol estava na janela... Era hora de parar. Lembrou que o frio da noite passada ficava mais intenso a cada minuto... e ele nem se aproximava de casa... "Diga a ele que não agüenta mais", disse o sol, que a vinha acompanhando nos últimos tempos. "Diga que não se suporta isso sem perder um pouco da vida... diga que não quer dar o seu sonho para o vazio da noite fria... diga que o abraço não é só para aquecer o corpo, mas o sorriso... e o seu sorriso... o seu sorriso...". Olhou mais uma vez a força que iluminava... Baixou a cabeça e pensou num possível discurso... ela o pratica de olhos fechados. Enquanto ele abre a porta, percebeu, como se se visse à distância, o quanto ela tinha se preparado... o quanto tinha demorado no banho... Não quis mais perceber o que já era o limite do suportável... Voltou para cama, ela se vira... finge dormir enquanto ele a observa. Ele percebe os ombros... Não percebe o choro.... não sabe mais se está apaixonada por ele... o sonho foi ficando para trás e a mão esfriando, como se a mão ao lado não se importasse com isso. Era isso o que ela queria: que os braços se descruzassem e as mãos dele ficassem mais perto... perto o bastante para, ao menos, poderem se encostar...
"e o seu sorriso.... sorria de quê?"....
segunda-feira, maio 08, 2006

Silêncio.
...o silêncio surge branco no meio da multidão
...calando o barulho em sua rústica altivez
...trincando o movimento das ruas, das tevês
...rachando e multiplicando pensamentos
...fazendo suar o corpo em ânsia
...para e distorce o tempo
...encurta e alarga o espaço
...surge da falta
...cerne da completude
...no riso ausente que não para de ecoar
...praia deserta, deserto, fundo do mar.
