Lush life - esquizoprovocações
Aqui estão transcrito-adaptados: Rolland Barthes, Santa Teresa d'Ávila, Guimarães Rosa, Santo Agostinho, Antonin Artaud, Jacques Lacan, Vincent van Gogh, Sigmund Freud, Camille Claudel, Buno Curcino Hanke, Auguste Rodin, Friedrich Nietzsche, John Coltrane, Fernando Pessoa, Fedor Dostoievski, Clarice Lispector, ,Anaïs Nin, Marquês de Sade... e muitos outros...
Absurdemos a vida, de leste a oeste.
Ontem ela escreveu: "Deito-me toda nua para imaginar que estás a meu lado, mas quando acordo já não é mais a mesma coisa. Bejios". Escreveu assim, amando e desejando criar o êxtase com o pulsar unido do sexo e do coração. "Ai de mim, que nem ao menos sei o que ignoro. Nesse mar revolto, além de cada um ter que fazer o seu corpo, pois, do contrário, ele de nada vale, de sofrer e amar a gente não se desfaz".
Leu e concordou que a palavra existe para deter o pensamento pois, note-se e medite-se: "Para mim mesmo sou anônimo; o mais fundo de meus pensamentos não entende minhas palavras; só sabemos de nós mesmos com muita confusão". E uma consciência clarividaente demais, ,assegurou, é uma doença, uma doença muito real. PAra tentar surpreendê-la, é preciso aprender mais: gelo liso é paraíso para quem sabe dançar (ô, se é).
Nu, ,sentado num canto escuro do quarto, implorava a ela em pensamento: "Emprestai-me a parte de vosso corpo que possa satisfazer-me um instante e gozai, se isto vos agrada, , da parte do meu que pode ser-vos agradável".
Ah, nada mais é mais excitante que ver num olhar a eclosão muda de um sentido. Goza-se em intervalos e é por isso que sempre se quer repetir, sempre, para que esse intervalo seja o menor possível... Os exo deve ser misturado com lágrimas, ,risadas, ,palavras, ciúme, inveja, todos os condimentos do medo, novos rostos, histórias, sonhos, fantasias, música, dança, vinho.
Nos retratos de nosso próprio sexo, devemos penterar sem piedade até os esconderijos mais íntimos de sua alma, devemos despejá-los de todo disfarce, pôr a nu suas intempéries e cruéis paixões, que surgem na sua luta cotidiana para ter e reter... Sejamos chamados indiscretos, perigosos...
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É, tendo visto com que lucidez e coerência lógica certos loucos justificam, a si próprios e aos outros, as suas idéias delirantes, perdi para sempre a segura certeza da lucidez da minha lucidez. Mas se eu esperar compreender para aceitar as coisas, nunca o ato de entrega se fará. - Nessa vida exuberante, um pensamento é coerente: não se pode viver do sentimento de que a vida vale ser vivida, mas de que o suicídio não vale a pena.